O Bispo do Porto presidiu a Eucaristia na Festa de Nossa Senhora do Bom Despacho. Numa homilia de esperança, apelou à paz e denunciou “a dor provocada pela guerra, fome e solidão”.
São de festa, na Maia, os dias em torno do segundo Domingo de julho. Inspira-a Nossa Senhora do Bom Despacho, venerada no Santuário homónimo e que envolve particularmente a paróquia de S. Miguel da Maia mas com participação também de todas as paróquias da Vigararia.
No centro dos dias, na manhã de Domingo, D. Manuel Linda presidiu à celebração da Eucaristia campal, no parque da contígua Fundação Gramaxo e perante numerosa multidão e diversas autoridades. Na homilia, centrou a sua reflexão na figura de Maria, a quem devemos “cumprimentar e pedir o seu Bom Despacho de alegria e esperança”. Nesta Festa, honramos Maria e através dela também o seu Filho, pois, como referiu o nosso Bispo, “não poderia ser de outra forma. (…) Somos cristãos porque somos marianos, o que quer dizer que entre nós, Jesus e a sua Mãe há um vínculo tão estreito como já existia entre essa Mãe e o seu Filho.” É um vínculo que através da Mãe nos liga a Jesus, em ligação que “desagua no amor” e: “quem nasce no amor sente necessidade de estar e permanecer nele”.
O bispo do Porto exortou ainda os presentes a pedir “o dom da paz e da esperança para cada um de nós e para todos os nossos irmãos que vivem mergulhados na dor provocada pela guerra, fome, solidão”.
O apelo haveria de encontrar eco imediato nas duas Eucaristias celebradas na segunda-feira, 15 de Julho, presididas pelo Pároco, P. António Bacelar, e dedicadas precisamente a “Maria, Mãe da Santa Esperança” e a “Maria, Rainha da Paz”.
Mas o nome de Maria ecoou, ainda antes, na longa e muito participada procissão que, na tarde de Domingo, percorreu a principal avenida da cidade. “Senhora do Ó, da Expectação, da Saúde, das Necessidades, da Natividade, da Conceição, da Caridade, de Fátima e Mãe dos Homens” foram alguns dos títulos declinados por um andor trazido de cada uma das paróquias da Vigararia. A sublinhar – como haveria de referir o Pároco na conclusão da mesma – que é também o “R”, de relacionamento próximo e fraterno entre pessoas e comunidades, a transformar “Maia” no nome de “Maria”.
A festa em honra da Nossa Senhora do Bom Despacho é uma tradição que remonta a meados do século XVIII, chamando a si inúmeros fiéis oriundos dos mais diversos locais. Aqui vinham os pescadores e lavradores de muitos concelhos, que se estendiam até ao alto Minho, venerar a Senhora do Bom Despacho.
Tendo assumido, com o tempo, caraterísticas de festas do Concelho, a sua realização – coordenada pela respetiva Comissão de Festas – conta com o ativo envolvimento e apoio do poder local (Câmara Municipal e Juntas de Freguesia). Para além das habituais manifestações de cultura popular, nomeadamente musicais e gastronómicas, o programa tem vindo a ser enriquecido com outros eventos, como as Feiras do livro, do artesanato e agrícola, concertos de música clássica, exposições e conferências.
Também a paróquia e todos os seus organismos, grupos e movimentos, têm encontrado na preparação e realização das diversas celebrações – Novena de preparação, Eucaristias de domingo e do dia, Procissão –excelente oportunidade de caminho juntos: das zeladoras, com o magnífico trabalho de ornamentação do Santuário, aos diversos grupos corais, feitos um só naquela celebração, dos acólitos aos escuteiros, dos catequistas, jovens e diversos conselhos, não esquecendo o abnegado serviço dos membros da Comissão de Festas.