Jesus “pôs-se a caminho não tanto para chegar ao Calvário, mas para inaugurar o tempo novo da luz e da vida em plenitude. Para chegar à sua Páscoa e à Pascoa do mundo novo”, disse D. Manuel Linda.
Na sua homilia, na Celebração da Paixão do Senhor, no dia 18 de abril, Sexta-Feira Santa, o Bispo do Porto sublinhou que o desafio para os cristãos na atualidade é serem peregrinos de fé, esperança e justiça.
“Irmãs e irmãos, é este o desafio que também hoje se nos faz: como Cristo, sermos peregrinos de fé, de esperança e de justiça. A fé leva-nos a tê-l’O como o grande e único paradigma da nossa vida; a esperança garante-nos que a Páscoa de vida e ressurreição é possível, que o tempo novo chegará, enfim, que a grande peregrinação da humanidade, na sua ânsia de mais e de melhor, encontra em Jesus o cumprimento feliz de todas as expectativas; a justiça compromete-nos com todos os «homens das dores» e a realizar obras de elevação e de fraternidade para o nosso mundo”, disse D. Manuel Linda.
No dia em que se recorda o relato da via dolorosa de Jesus até ao Calvário, podemos ver nesse caminho “um modelo de peregrinação que apresenta elementos que são comuns à realidade dos migrantes”, disse D. Manuel Linda.
“Esta peregrinação de Jesus, modelo da romagem de todo o cristão e até da pessoa enquanto tal, tem muitos elementos comuns com a realidade migrante. É uma peregrinação no sentido do Deus vivo, na direção do Alto, à procura do rosto amoroso do Pai. Não pode ser vista apenas como a pouca sorte do prisioneiro a quem soldados mais fortes e bem armados obrigam a percorrer um caminho de dor física e psicológica cada vez mais duro, até desembocar na aniquilação completa. Não. O Senhor efetua esta peregrinação porque sabe caminhar na realização da esperança de uma promessa: a certeza da vitória sobre a morte e a obtenção da plenitude da vida e da glória para Ele mesmo e para quantos a Ele se unem”, afirmou.
Para o bispo do Porto, Cristo assume este caminho para iniciar um novo tempo de vida e de luz.
“Pôs-se a caminho não tanto para chegar ao Calvário, mas para inaugurar o tempo novo da luz e da vida em plenitude. Para chegar à sua Páscoa e à Pascoa do mundo novo”, disse D. Manuel Linda.