A morte inesperada do Padre António Augusto a todos atingiu e deixou sem palavras, motivando-nos a olhar para o Senhor, “para quem todos os seres vivem”, e rogando ao bom Deus que o acolha no seu seio. Um silêncio que nos faz sentir pequenos diante do mistério da vida e que revela a dificuldade em encontrar palavras que acalmem a dor.
Agradecemos ao Senhor esta vida assumida e doada, com todas as alegrias e tristezas e com tudo quanto concretizou ao longo destes quarenta e quatro anos de sacerdócio, alguns ao serviço de diversas paróquias da nossa diocese. E damos graças porque ele foi e procurou sempre ser para todos nós presença do amor de Deus.
A vida de discípulo de Jesus Cristo, sempre realizadora e libertadora e que todos os batizados assumem e vivem com alegria, não está isenta de dificuldades e sofrimentos. Também a vida e a missão do pároco. Porque a cruz, que o Senhor assumiu, faz parte do caminho.
Diante de circunstâncias conhecidas e amplamente divulgadas, importa sublinhar a disponibilidade do Padre António Augusto para encontrar uma solução. Foi esse amor à Igreja, a todos ao paroquianos e o desejo de encontrar a paz que o motivou ao diálogo e a convidar um sacerdote vizinho para ajudar à realização da festa do dia 11 de agosto.E só depois disso, com o seu conhecimento e na presença de paroquianos por ele indicados, se concretizou uma reunião onde foi comunicada a decisão. Ao contrário do que alguma comunicação anunciou, esse reunião não contou com a presença do Bispo diocesano ou do seu secretário.
A disponibilidade do nosso Bispo, D. Manuel Linda, para acolher e escutar o Padre António Augusto foi constante, tal como a preocupação em encontrar uma solução que permitisse percorrer caminhos de paz. Reuniram os dois várias vezes e mantiveram-se em contacto telefónico continuamente. As propostas de solução a que iam chegando deveram-se sempre à colaboração do pároco e nuncaresultaram de qualquer imposição. E será oportuno sublinhar que, em todos os momentos, foi contínua a vontade do Pe. António Augusto em permanecer nas paróquias a ele pastoralmente confiadas.
O momento que vivemos entristece-nos e deve motivar todos na busca conjunta de um caminho onde a diversidade nos deve enriquecer e nunca dividir. Tal esforço será o melhor contributo à memória do Pe. António Augusto que passou pelo meio de nós servindo.
Por fim, e porque os cuidados pastorais das paróquias de Lavra e de Perafita o exigem, informamos que os mesmos serão assumidos pelo Padre Francisco Andrade, Vigário da Vara e pároco de Leça da Palmeira.