A 49ª edição teve lugar no Mosteiro de Leça do Balio.
No passado domingo, o último do ano litúrgico, na Igreja do Mosteiro de Leça do Balio, teve lugar o 49.º encontro anual dos grupos corais paroquiais da Vigararia de Matosinhos.
Num ambiente propício, como o daquela Igreja, construída num estilo de transição entre o românico e o gótico, e fortemente marcada pela presença da Ordem de Malta, ressoou o canto de vésperas, por um coro harmonioso de cerca de 150 vozes.
Presidiu à Oração, o Bispo do Porto, Sr. Dom Manuel Linda, ladeado pelo pároco local, Pe. Joaquim Mário (assessor vicarial para a Liturgia). Dom Manuel, no comentário à leitura breve, situou historicamente a Solenidade de Cristo Rei, como expressão do único senhorio de Cristo face à emergência de poderes totalitários, que reclamavam para si o domínio do mundo e dos outros.
Os cristãos louvam e glorificam a Cristo, como único Rei e Senhor, que afirma a sua realeza no serviço, não reconhecendo nem ungindo nenhuma figura ou poder político, como “substitutos” de Deus. Dom Manuel agradeceu penhoradamente o contributo fiel e regular dos coros à beleza do culto divino, que honra e proclama a Cristo, como único Senhor.
A escolha do canto de vésperas, para este encontro anual dos coros, já a caminho de um jubileu de ouro em 2025, pretendeu sensibilizar os coros para a importância da Liturgia das Horas, como expressão oficial da Oração da Igreja.
Para alcançar a harmonia de tantas vozes e coros diferentes, o Prof. Emanuel Pacheco orientou cinco ensaios, que passaram pelas paróquias de Padrão da Légua, Senhora da Hora, Leça da Palmeira e Leça do Balio.
Antes ainda do canto da Oração de Vésperas, o Pe. José Joaquim Ribeiro orientou uma reflexão, com uma abordagem da música litúrgica a partir Carta Apostólica Desiderio Desideravi, do Papa Francisco, sobre a formação litúrgica do Povo de Deus. Insistiu que a Liturgia nasce do desejo de Deus em estar connosco e apresentou a Música Litúrgica, como veículo desse encontro. Na senda da referida Carta Apostólica recordou a importância dos «preparativos» da celebração, sobretudo da Eucaristia, pela qual a humanidade se abeira de Cristo ali presente.
Os presentes foram sensibilizados para a necessidade de uma permanente formação na liturgia e a partir da Liturgia, nos vários âmbitos: a formação técnica, litúrgica e espiritual. A função da liturgia e da música litúrgica é “tornar-nos permeáveis à graça divina” e a formação é um meio para entender a finalidade da Liturgia, insistiu o formador. O espírito de assembleia, a dimensão comunitária transcendente cresce e manifesta-se através do canto, “a uma só voz”.
Deste modo, os coros da Vigararia de Matosinhos preparam-se para um jubileu especial: o dos 50 ano do seu encontro anual. Um marco e uma marca da nossa Vigararia de Matosinhos.