“Com o Corpo do Senhor, saciai as diversas fomes do mundo, entre as quais avulta a necessidade de transcendência, de relação com o divino; com gestos de amor fraterno”, disse D. Manuel Linda na Eucaristia com ordenação de diáconos.
A Solenidade da Imaculada Conceição da Virgem Santa Maria é dia de ordenações de diáconos na diocese do Porto. Na Eucaristia celebrada na Catedral do Porto no domingo 8 de dezembro apresentaram-se os seguintes ordinandos:
Emanuel João Macedo da Mata, de S. Mamede de Infesta, do Seminário Maior do Porto;
José Manuel Ferrão Abrantes, de Mangualde e José Moisés Ramirez Guerra, de Santa Maria de Jesús no Perú, do Seminário Redemptoris Mater;
Miguel António Fontes da Silva, de Sanguedo em Santa Maria da Feira, do Diaconado Permanente.
A eles se dirigiu o bispo do Porto sublinhando a resposta dada por cada um à chamada que lhes foi dirigida no início da celebração: “Presente”.
“Acabais de ser convocados pela Igreja, por intermédio do senhor Reitor do Seminário Maior, para vos apresentardes perante o povo de Deus. Estáveis colocados fisicamente entre as outras pessoas que ocupam a capela-mor desta Sé, como podíeis estar dispersos pelos bancos da assembleia, o que até seria mais significativo. E quando ouvistes o vosso nome, disseste ‘Presente!’ e avançastes para o centro, para serdes vistos pelos demais fiéis. Quer dizer: saístes do meio da assembleia para entrardes em cena, para deixardes o anterior estatuto de leigos na Igreja e passardes ao ministério ordenado para o serviço e para o bem de toda a Igreja”, disse D. Manuel Linda.
O bispo do Porto na sua homilia, exortou os novos diáconos a levarem gestos de amor fraterno a uma sociedade fraturada.
“Observamos à nossa volta e vemos uma sociedade fraturada, desconstruída. É precisamente por isso que mais se reclama o nosso contributo. Somos chamados a reparar o tecido das relações com os valores do humanismo e a coesão integradora e fraterna da fé cristã. Como tal, caros diáconos, habituai-vos a partilhar: a partilhar o pão da terra porque também partilhamos o pão do Céu. Com a Palavra de Deus, ajudai a construir comunidades fraternas e preocupadas com a sorte do irmão. Com o Corpo do Senhor, saciai as diversas fomes do mundo, entre as quais avulta a necessidade de transcendência, de relação com o divino; com gestos de amor fraterno”.
Recordando as leituras propostas pela liturgia, D. Manuel Linda afirmou que “em Maria de Nazaré e em Adão e Eva estão plasmados os dois polos da história da humanidade: ou o estar do lado de Deus, entrar em cena e contruir uma narrativa de salvação ou precisamente o seu contrário que é voltar-Lhe as costas, esconder-se no seu individualismo despreocupado com os outros e gerar o contínuo sofrimento e a morte de uma história de perdição. Escolhei vós qual modelo quereis seguir”.
“Habituai-vos a dizer ‘sim’, ‘presente’ ou ‘Eis-me aqui’, como Maria de Nazaré. Que o sim da fraternidade e da solicitude seja o identificativo da vossa vida”, disse D. Manuel Linda na final da sua homilia.