No Domingo de Ramos, D. Manuel Linda exortou a um despertar para a peregrinação com Jesus, dando as mãos aos irmãos nesta Páscoa. Assinalando uma cultura contemporânea que acentua o individualismo, pediu a coragem do caminho com os outros, encarando de frente as feridas da humanidade.
O Domingo de Ramos, 13 de abril, na diocese do Porto, foi dia de grande celebração na catedral, com o início da Semana Santa. Na Eucaristia a que presidiu, D. Manuel Linda exortou a um despertar para a peregrinação com Jesus, dando as mãos aos irmãos nesta Páscoa. “Caminhemos com Jesus e como Jesus”, disse D. Manuel Linda.
“Nesta Páscoa do ano jubilar de 2025, despertemos para a peregrinação. Caminhemos com Jesus e como Jesus. Se nos tivermos perdido no caminho, regressemos; se nos sentamos no chão, cansados e desanimados, levantemo-nos e recuperemos a esperança da meta; se desesperamos por irmos sozinhos, olhemos para o lado, fixemos o rosto dos irmãos e demos as mãos aos outros e ao grande Outro; se desconhecemos o que é a alegria de caminhar com Deus, mudemos de atitude e demos-Lhe espaço ao nosso lado”, afirmou o bispo do Porto.
Na sua homilia, D. Manuel Linda lembrou que “muitas vezes caminhamos sozinhos” porque “excluímos os outros”, ao contrário de Jesus que “caminhou bem no centro da multidão constituída por gente nas mais diversas situações”.
“Ao contrário de nós, o Redentor está bem no centro da sociedade e não hipoteca a sua identidade espiritual: fixa o seu olhar e obtém a contrição, fala de Deus mesmo quando está a ser julgado por ser seu Filho, perdoa a arrependidos”, assinalou.
O bispo do Porto, sublinhou ainda que “Jesus nunca caminha sozinho, mas faz percurso sempre com Deus Pai”, confiando e entregando-se. Algo que, segundo D. Manuel Linda nem sempre fazemos na nossa vida e preferimos contar só connosco, não deixando que Deus leve a nossa cruz. Assinalou ser isto sinal da cultura contemporânea, na qual se acentua o individualismo e a pouca preocupação com os outros.
“A cultura deste tempo confirma isso mesmo: com o abaixar da dimensão religiosa também se acentuou o individualismo hedonista e a despreocupação com os outros”, declarou.
Na conclusão da sua homilia, o bispo do Porto pediu a coragem de se fazer caminho com os outros, encarando de frente as feridas da humanidade, tendo Deus como companheiro.
“Então, caminhemos, peregrinemos. Dando bem conta de que caminhar supõe sempre muito empenho e sacrifício, afinco e alguma sã teimosia. Supõe coragem. A coragem de caminhar com os outros, de encarar de frente as feridas da humanidade e de ter Deus como companheiro e guia”, disse D. Manuel Linda.