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Bispo do Porto: sacerdotes falecidos serviram “com dor, mas sempre com amor”


Bispo do Porto recordou D. António Ferreira Gomes, D. Júlio Tavares Rebimbas, D. Armindo Lopes Coelho e D. António Francisco dos Santos.

 

D. Manuel Linda presidiu à Missa em sufrágio pelos bispos, sacerdotes e diáconos falecidos. Foi no dia 11 de setembro, a data em que faleceu D. António Francisco dos Santos, de forma súbita, em 2017.

 

Presentes muitos fiéis numa celebração em que pontificaram os bispos auxiliares D. Vitorino Soares, D. Joaquim Dionísio e D. Roberto Mariz. Especial a presença dos bispos auxiliares eméritos que de perto trabalharam com D. António Francisco dos Santos: D. António Taipa e D. Pio Alves. Também esteve nesta Eucaristia D. Gilberto Canavarro dos Reis, bispo emérito de Setúbal.

 

Na sua homilia, D. Manuel Linda afirmou que os ministros consagrados que ali eram comemorados “souberam fazer a travessia do mar da vida”  “Também eles sofreram não uma, mas muitas tormentas, algumas das quais bem ameaçadoras, muito perigosas. Mas não foram ao fundo porque não se afastaram da companhia d’Àquele que é a segurança e a Salvação. Aquele que acalma as fúrias e predispõe o mar para a navegação”, disse D. Manuel Linda.

 

Ministros que “sofreram como o seu povo e por causa do seu povo”, assinalou D. Manuel Linda referindo os seus antecessores já falecidos e que conheceu pessoalmente.

 

“D. António Ferreira Gomes, um visionário do futuro”, figura da liberdade e da paz, dos direitos humanos e da democracia. “Por isso sofreu, por isso foi exilado, por isso se bateu arduamente depois do vinte e cinco de abril de 1974”, explicou.

 

O bispo do Porto lembrou também D. Júlio Tavares Rebimbas, um “edificador de estruturas para o serviço dos outros” e D. Armindo Lopes Coelho que soube “manter o equilíbrio da barca da Igreja” num lugar tão importante como o de reitor do Seminário.

 

Especial referência a D. António Francisco dos Santos. “Dotado de uma inexcedível memória, capaz de reconhecer as pessoas e de as tratar pelo seu nome, mesmo que vistas há muitos anos, distinguia-se por aquela candura e doçura que trouxe consigo do Montemuro. Sei bem que, após a natural observação de quem chegava, a Diocese se lhe rendeu e as pessoas que o conheciam o tratavam como se fora um familiar. Não obstante, não pisou somente tapetes de flores. Não faltou quem se aproveitasse desse seu «fraco», que era a simpatia, para lhe tentar impor critérios e situações que ele não podia aceitar. E aqui temos um bispo dilacerado entre a defesa da verdade e da Igreja e as imposições maldosas, vindas de fora. Como ele próprio, um dia, me confidenciou. Também a sua morte bem prematura, há sete anos, terá muito a ver com o equilíbrio destes pratos da balança: a verdade a defender e a doçura de trato devida a todos”, sublinhou D. Manuel Linda.

 

“Os bispos, sacerdotes e diáconos que agora sufragamos souberam navegar com Jesus por perto. Mas igualmente se esforçaram por aproximar o seu barco daqueles outros que corriam o risco do naufrágio. Mesmo com dor, mas sempre com amor. Agradecemos-lhes por isso. E pedimos a Deus seja o farol que, agora, lhes assegura a beleza do lugar que pisam”, disse D. Manuel Linda na conclusão da sua homilia.