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Bispo do Porto sublinha “valor ético” do 25 de abril


D. Manuel Linda elogia as “inúmeras instituições” que “alimentam a esperança e antecipam o tempo novo”, na sua homilia de Páscoa.

 

O Bispo do Porto destacou no domingo dia 31 de março, na sua homilia de Páscoa, o “valor ético” do 25 de Abril, no 50.º aniversário da revolução de 1974, e elogiou as instituições que “alimentam a esperança”.

 

“O cinquentenário dessa data compromete-nos. Compromete-nos, na esperança, para cumprimos os seus sonhos e ideais, pois, como diria Fernando Pessoa, ‘falta cumprir-se Portugal!’”, declarou D. Manuel Linda.

 

“Não obstante o titubear típico das idades tenras, ele constituiu o patamar sólido da nossa democracia, da efetiva salvaguarda da dignidade pessoal e da real meta dos direitos humanos. Claro que continuam presentes muitos desafios. Mas serão vencidos, até pela longa experiência que temos enquanto povo e nação com tantos séculos de história”, acrescentou.

 

Na festa mais importante do calendário católico, D. Manuel Linda apresentou a Páscoa da Ressurreição de Jesus como “centro e fundamento” da fé.

 

“Celebrá-la é sempre um convite para revermos a nossa relação com Deus, mas também com o mundo e connosco próprios”, acrescentou.

 

“Na nossa Diocese e na sociedade civil, inúmeras instituições alimentam a esperança e antecipam o tempo novo. É o que se vê em paróquias acolhedoras e vivas, no serviço da caridade tu-a-tu ou de forma organizada, nos grupos de interajuda, convívio e solidariedade, na cooperação missionária e ajuda ao desenvolvimento, na reintegração daqueles a quem a vida colocou à beira do caminho”, declarou.

 

O bispo do Porto elogiou quem atua em favor de “grandes causas como a abolição da pena de morte, o fomento de uma consciência ética no setor financeiro e económico, a luta contra o fabrico e comercialização das armas”. “Isto é belo. Isto é o resultado do fermento da Páscoa”, sustentou D. Manuel Linda.

 

Sublinhou ainda que a ressurreição “convida à esperança”, “à novidade, a um mundo de sorrisos e uma humanidade alegre”. A homilia deixou uma referência à consulta aos jovens da diocese, que será lançada nas próximas semanas, em volta da questão “Porto, que procuras? Vinde e vede”. “Os jovens estão a ser promotores de uma Igreja nova. Basta olhar para a Jornada Mundial da Juventude e para o que se verifica com tantos movimentos juvenis que se alimentam da espiritualidade e difundem espiritualidade”, indicou.