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Domingo da Ressurreição: Bispo do Porto pediu a recusa do materialismo e a abertura ao espiritual


“Então, será a Páscoa do mundo. Mas o que agora vemos ainda é o desespero e o desânimo de tantos, lágrimas e mortes violentas, individualismos que criam cisão, retrocesso dos direitos humanos”, disse D. Manuel Linda.

 

Na sua homilia no Domingo da Ressurreição, 20 de abril, D. Manuel Linda lembrou a peregrinação espiritual feita durante toda a Semana Santa, desde o Domingo de Ramos.

 

“Para aqui chegarmos, ao longo de oito dias, desde o Domingo de Ramos, tivemos de realizar uma longa peregrinação espiritual: introduzimo-nos no meio da multidão de Jerusalém que aclamou a sua entrada na cidade santa; fomos com Ele ao cenáculo para ver de perto a maravilha da Eucaristia e do Sacerdócio que a celebra; acompanhamo-l’O, porventura com algumas lágrimas incontidas, na sua via dolorosa, desde o jardim das oliveiras, nos vários julgamentos e na condenação à morte e crucifixão; mas ontem e hoje também nos introduzimos no pequeno grupo dos seus amigos -encabeçado por Maria Madalena, com as outras mulheres e, depois, por Pedro e João- para confirmarmos com os nossos olhos que o túmulo está mesmo vazio e que a luz circundante não desmente que ressuscitou”, disse D. Manuel Linda.

 

Esta longa peregrinação serve como exemplo para a peregrinação do mundo, afirmou o bispo do Porto que pediu a recusa do materialismo e a abertura ao espiritual num mundo que deseja fraternidade.

 

“Anseia chegar a um momento de vida em plenitude e com sentido, de alegria que seja autêntica, de fraternidade assumida, de convivência autenticamente familiar, de sadia colaboração para o bem de todos, de paz harmoniosa e definitiva, de uma luz que envolva a existência e a cultura humanas e lhes conceda grandeza e felicidade, de recusa do materialismo e abertura ao espiritual”, disse D. Manuel Linda.

 

E acrescentou: “Então, será a Páscoa do mundo. Mas o que agora vemos ainda é o desespero e o desânimo de tantos, lágrimas e mortes violentas, individualismos que criam cisão, retrocesso dos direitos humanos e fratura do que já se havia conseguido a nível da união e convivência dos povos, guerra e morte cientificamente programadas, o empobrecimento das nações e a privação da liberdade religiosa, enfim, falta de sentido, medos do futuro e a sempre possível guerra total”.

 

No entanto, “reunimo-nos nesta catedral, com o coração a transbordar de alegria, para cantarmos aleluias e hossanas”, sublinhou D. Manuel Linda lembrando que “O Senhor ressuscitou verdadeiramente. Aleluia!”. E por isso, há esperança para o “mundo atual, frágil e desintegrado”, assinalou.

 

“Há de transformar-se, pelo trabalho cultural da pessoa e pela bênção divina, em mundo coeso e bom, na plena correspondência ao plano inicial do Deus que o criou. É nessa novidade pascal que ousamos ter a certeza da contínua humanização, do fortalecimento dos direitos humanos e dos direitos dos povos e nações, de uma cultura de fraternidade como ideal tangível”, disse D. Manuel Linda.

 

“Ânimo, pois, caros cristãos. Não deixemos que nenhum sofrimento soterre as nossas razões de viver, pois o Senhor removeu todas as lápides sepulcrais. Cantemos a vida nova, já que Cristo é o garante dela. Ele está connosco”, declarou o bispo do Porto na conclusão da sua homilia.