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Encontro dos Tribunais da Província Eclesiástica de Braga


Tem sido regular o Encontro dos Tribunais da Província Eclesiástica de Braga, uma vez no ano, sendo uma oportunidade de formação permanente, partilha de experiências e sã convivência entre os diversos oficiais dos Tribunais Eclesiásticos. Composta por nove Dioceses (Braga, Aveiro, Bragança-Miranda, Coimbra, Lamego, Porto, Viana do Castelo, Vila Real e Viseu) e por seis tribunais (quatro diocesanos e dois interdiocesanos), rumaram até à Diocese de Vila Real mais de trinta oficiais de todos os tribunais que constituem a Província de Braga, juntamente com o Sr. Arcebispo de Braga, Dom José Cordeiro, o Bispo de Vila Real, D. António Augusto Azevedo e Bispo da Diocese Bragança-Miranda, D. Nuno Almeida. Como Diocese anfitriã, Vila Real, com a presença do seu Prelado, acolheu este encontro de forma excelente na Casa do Clero desta Diocese.

 

A manhã, marcada por um tempo de formação, foi aberta pelo discurso do Cónego Doutor Mário Martins Rodrigues, Vigário Judicial de Braga, que evocando o Discurso do Papa Francisco na inauguração do ano judiciário do Tribunal da Rota Romana, a 25 de janeiro de 2024, salienta o dever de um verdadeiro discernimento na tutela do nível máximo da verdade sobre o vínculo sagrado, assegurado pelas garantias da ordem judicial. Esta tarefa, desempenhada com verdadeira lucidez e coragem, só é possível à luz da força do Espírito Santo. Não se é possível ser juiz eclesiástico sem oração, salientou o Cónego Bracarense, citando Sua Santidade.

 

Num segundo momento, foi dada a palavra ao Reverendo P. José San José Prisco, Sacerdote Diocesano, Decano da Faculdade de Direito Canónico da Universidade Pontifícia de Salamanca e membro da Comissão Teológica do Sínodo 2021-2024, como canonista especialista, com o tema “O papel da Cúria/Tribunal Eclesiástico na renovação de uma Igreja Sinodal”. Desde o seu conhecimento e experiência, expôs para devida reflexão alguns fundamentos da Igreja, desde a sua identidade sinodal, abrindo oportunidades de reflexão sobre o “redescobrir da espiritualidade batismal”, a necessidade de “sublinhar o valor das relações”, “trabalhar as atitudes essencialmente evangélicas” e o “exercer um novo estilo de liderança”. Por fim, incentivando à criação de um “manual de boas práticas” para as diversas cúrias diocesanas e respetivos Tribunais, que à luz do que já acontece em instituições civis, afirmou que este pode ser um instrumento valioso na relação destes organismos institucionais da Igreja com a vida concreta dos fiéis.

 

Após almoço houve ainda a oportunidade em visitar dois locais emblemáticos da cidade de Vila Real: o Santuário de Panoias e o Palácio de Mateus.