“Há tanta gente que não entende a religião do amor”, diz D. Manuel Linda em mensagem vídeo solidarizando-se com os cristãos perseguidos. Na celebração jubilar no Mosteiro de Arouca especial destaque para o testemunho dos cristãos na Faixa de Gaza.
No âmbito do Ano Santo de 2025, terá lugar no Mosteiro de Santa Maria de Arouca nos próximos dias 29 e 30 de março o Jubileu dos Cristãos Perseguidos. Uma celebração organizada pela Fundação Ajuda à Igreja que Sofre (AIS) à qual se associou “plenamente e de coração” o Bispo do Porto com uma mensagem vídeo.
“Há tempos a Fundação Ajuda à Igreja que Sofre pediu-me para celebrar aqui na diocese do Porto, na tão simpática vila de Arouca o Jubileu dos Cristãos Perseguidos, infelizmente, não posso participar devido a compromissos de agenda que já tinha, mas associo-me plenamente e de coração através desta mensagem a esta celebração, até porque ela representa a primeira deste género em Portugal”, diz o bispo do Porto.
Na mensagem vídeo, D. Manuel Linda recorda a importância deste acontecimento sublinhando que “o cristianismo é a organização mundial mais perseguida em qualquer parte do planeta Terra”. “Há tanta gente que não entende a religião do amor”, declara.
“Hoje o cristianismo é a organização mundial mais perseguida em qualquer parte do planeta Terra. Há tanta gente que não entende esta religião do amor. E, portanto, muitos cristãos têm de viver escondidamente. Não só não podem passar a Porta Santa, como até têm de esconder exteriormente aquilo que é a sua convicção profunda”, afirma D. Manuel Linda.
Para o bispo do Porto, ao passarmos a Porta Santa do Mosteiro de Arouca lembramos os cristãos perseguidos e o seu martírio. “Solidarizamo-nos com eles, rezamos por eles e colhemos também o seu exemplo de fortaleza”, diz D. Manuel Linda.
“Passamos nós a Porta Santa, eles também a passam tantas vezes de outra forma, a porta da eternidade, porque o seu martírio os projeta diretamente para a grande habitação de Deus. Nós lembramo-nos, solidarizamo-nos com eles, rezamos por eles e colhemos também o seu exemplo de fortaleza”, assinala.
“Que este Jubileu dos Cristãos Perseguidos seja uma forma também de nos dar ânimo, a nós os que vivemos em liberdade, para que como eles possamos testemunhar Cristo em qualquer circunstância da vida. E este é o verdadeiro Jubileu”, disse o bispo do Porto na conclusão da sua mensagem vídeo.
Esta celebração do Jubileu dos Cristãos Perseguidos terá início no sábado 29 de março no Auditório Municipal com a apresentação do Relatório da Fundação Ajuda à Igreja que Sofre com o título “Perseguidos e esquecidos?”, pela diretora desta instituição Catarina Bettencourt. Haverá também o testemunho do padre Simon Ayogu, missionário espiritano sobre “Os cristãos na Nigéria”.
Destaque especial para o testemunho “Os cristãos na Faixa de Gaza” com a ligação em vídeo conferência com o padre Gabriel Romanelli, pároco de Gaza, com quem o Papa Francisco mantém contacto telefónico mesmo a partir do Hospital Gemelli.
No final da tarde de sábado 29 de março será inaugurada a exposição “Das trevas à Luz” de objetos religiosos profanados pelo Daesh no Iraque e na Síria. Esta exposição estará patente nos claustros do Mosteiro de Arouca.
No domingo dia 30 de março, pelas 10.30h será celebrada Eucaristia na Igreja jubilar do Mosteiro de Arouca presidida pelo padre Simon Ayogu e concelebrada pelo padre Luís Mário Araújo Ribeiro, pároco de Arouca. Esta Eucaristia será transmitida em direto pela RTP1.
Nota ainda para um concerto jubilar na tarde de domingo no Mosteiro de Arouca com o Grupo Coral de Urrô e Grupo de Metais da Academia de Música de Arouca.