Sanguedo: apresentação do Diácono Miguel Silva, em celebração presidida por D. Roberto Rosmaninho

No passado dia 22 de dezembro, IV Domingo do Advento, a Paróquia de Santa Eulália de Sanguedo, na Vigararia de Santa Maria da Feira, celebrou um momento de singular importância: a apresentação do Diácono Miguel Silva à sua comunidade. A celebração foi presidida por Sua Excelência Reverendíssima, Dom Roberto Rosmaninho Mariz, Bispo Auxiliar do Porto, e contou com a presença de diversos sacerdotes e diáconos, num verdadeiro testemunho de unidade e alegria eclesial.

Entre os concelebrantes destacaram-se o Padre Manuel Moura, pároco da comunidade de Santa Eulália de Sanguedo, o Padre José Carlos Teixeira Ribeiro, Vigário da Vara de Santa Maria da Feira, o Delegado Episcopal para o Diaconado Permanente, Cónego Adélio Abreu, e o Padre Domingos Areais, professor do Diácono Miguel e pároco de Ermesinde. Presentes estiveram ainda o Padre José Augusto, pároco de Resende, da Diocese de Lamego, e os diáconos formadores Fernando Almeida e António Avelino, além dos diáconos companheiros de formação: Agostinho Teixeira, Carlos Lima, Domingos Moutinho, Eduardo Pinto e Sérgio Pinto. Também o acólito em formação para o diaconado, Armindo Sousa, e o diácono de Lobão marcaram presença.

Na sua homilia, Dom Roberto Rosmaninho Mariz sublinhou a dimensão espiritual do diaconado e o papel exemplar de Nossa Senhora, especialmente relevante no contexto do Advento. O senhor Bispo estruturou a sua reflexão em cinco dimensões:

1. Fé: A bem-aventurada que acreditou em tudo o que o Senhor lhe disse inspira-nos a sermos felizes e a viver uma fé alicerçada no compromisso e na missão diaconal.
2. Disponibilidade: Assim como Maria respondeu “Eis-me aqui”, também o diácono deve estar sempre disponível para fazer a vontade de Deus.
3. Serviço ao outro: A diaconia emerge da necessidade de serviço caritativo, refletida no exemplo de Maria que parte apressadamente para ajudar a sua prima Isabel.
4. Alegria: Maria, portadora de Deus, irradia alegria autêntica, que deve ser também o reflexo do ministério diaconal.
5. Paz: O diácono é chamado a ser construtor de paz, inspirado no “rebento de paz” que celebramos no Natal.

Dom Roberto concluiu convidando toda a assembleia a olhar para Nossa Senhora como exemplo de fé, disponibilidade, alegria e paz, inspirando-nos a ser construtores de um mundo novo, portadores de Deus e servidores na alegria e na caridade, a sermos fazedores de paz.

No final da celebração, o Diácono Miguel tomou a palavra com profundo sentido de gratidão e humildade, recordando o percurso que o trouxe até este momento. Num emocionado discurso, afirmou: “Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto dos céus nos acumula com toda a espécie de bênçãos espirituais em Cristo.” O Diácono Miguel agradeceu aos seus pais, que o introduziram na fé batismal, e a todos aqueles que o acompanharam ao longo dos anos: catequistas, sacerdotes e amigos, destacando o papel determinante do seu pároco, Padre Moura, na sua caminhada vocacional.

Com um olhar retrospetivo sobre o seu percurso de fé, desde a catequese à formação diaconal, partilhou as resistências e desafios que enfrentou, bem como a experiência de descobrir a graça de Deus em cada etapa. Miguel sublinhou que o lema escolhido para o seu ministério “Eu vim para servir e não para ser servido” será o alicerce da sua missão de servo fiel e obediente, sempre ao serviço da liturgia, da Palavra e da caridade.

O pároco, Padre Moura, expressou a alegria que viveu neste dia memorável, destacando que desde 1958 não se celebrava uma ordenação na comunidade. Sentiu que, com este momento, cumpriu plenamente o seu dever pastoral e manifestou confiança no contributo do Diácono Miguel para a vitalidade da paróquia.

Em nome dos seus companheiros de formação, o Diácono Eduardo Pinto partilhou palavras de apreço e encorajamento, destacando a fraternidade que uniu o grupo desde os primeiros dias no Centro de Cultura Católica, em janeiro de 2020. “Celebramos hoje a alegria de vermos o Miguel assumir o seu lugar na Igreja como diácono permanente. Que esta amizade e esta caminhada, iniciadas há quatro anos, continuem a frutificar em serviço e entrega ao povo de Deus”, afirmou.

O momento culminante da celebração foi a consagração do Diácono Miguel a Nossa Senhora, invocando-a sob os títulos de Senhora da Conceição, Senhora de Fátima, Senhora da Assunção e Santa Maria. Num ato de profunda devoção, entregou todo o seu ministério e vida ao cuidado maternal de Maria, pedindo a sua intercessão nos momentos de provação e a graça de permanecer fiel ao chamamento de Deus.

A celebração, marcada por profundos momentos de emoção e espiritualidade, refletiu a alegria da comunidade ao acolher o seu novo diácono. A paróquia de Santa Eulália de Sanguedo inicia agora um novo capítulo, enriquecida pelo serviço generoso e dedicado do Diácono Miguel Silva, que, no espírito do Advento, assume a missão de ser portador de Deus e construtor de paz.